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“A Câmara Interior de Luz”: Persistência no Poder Oculto do EU SOU

Amado Buscador, amada Buscadora da Verdade,


No Sagrado e Santo Nome do Mais Alto dos Altos, sob a ordem divina do Mestre dos mestres Yeshua Ha’Mashiach, estendo-te esta carta como um manto de fogo manso, uma tenda aberta no deserto da hora presente. Que cada palavra seja um lampadário aceso no corredor do teu íntimo; que cada frase te tome pela mão e te conduza da margem ansiosa do “falta-me” à margem confiante do “EU SOU”. Hoje, a mensagem nasce do fundamento que me foi entregue: persiste no poder oculto que há dentro de ti. A consciência que te anima excede o corpo, ultrapassa os cinco sentidos e participa — de modo misterioso e real — de uma Câmara Interior de Luz, onde o cetro do governo foi posto em tuas mãos desde o princípio. Muitos hesitam diante dela; outros, com um sopro de incentivo, saltam para a liberdade. Que esta carta seja esse sopro.


Há, em tua história, um instante que se repete: o momento em que a porta se entreabre, a sala secreta fulgura, e algo em ti sabe que pode entrar. O salmista o pressentiu quando cantou: “Em Tua luz vemos a luz”; os profetas o vislumbraram quando falaram de um coração novo; Yeshua o abriu quando disse: “O Reino está no meio de vós.” Não fora de alcance, não amanhã, não para outros melhor preparados — no meio: no centro do teu ser, onde o Nome EU SOU respira em silêncio.


Dizes: “Mas eu ainda vacilo.” E eu respondo: o vacilo é natural quando a mente aprendeu a amar cativeiros familiares. As paredes conhecidas tornam-se aconchego, ainda que frias. A Câmara Interior apavora não porque seja sombria, mas porque é muita luz. A timidez é o último biombo do ego: chama prudência o que é, na verdade, medo de ser inteiro. Por isso esta carta insiste: persiste. Se a porta abriu, entra. Se a voz chamou, responde. Se a paz te visitou, permanece.


“Não é o olho que vê, é a consciência que percebe.” Tua tradição interior sempre soube: os sentidos são janelas, não o morador. Os olhos, os ouvidos, o tato, o olfato e o paladar emprestam linguagem ao que o espírito e a mente profunda já apreendem. Há vistas sem olhos — intuições que chegam antes que as explicações; há escutas sem ouvidos — pressentimentos que atravessam paredes; há comunhões que tocam o sentir do outro sem pele e sem palavra. Não confundas: isso não te convida a desprezar o corpo, mas a honrá-lo como templo; não te convoca a negar a realidade, mas a alargar o que chamas de real.


Sidharta Gautama chamava de atenção plena o gesto de perceber antes de julgar: ver o que é, sem a névoa dos condicionamentos. Krishna, em conselho a Arjuna, elevava o guerreiro a um campo onde olhos comuns não alcançam: “Tu me vês porque te dou olhos divinos.” Zaratustra invocava o Bom Pensamento como chave: quem pensa com retidão enxerga onde o medo só imagina sombras. Hermes Trismegisto sussurrava que a mente, quando luminosa, se torna espelho do Todo; Lao Tsé ensinava o “olho simples” que recolhe a realidade sem violentá-la; Sócrates insistia na escuta do daimónion que cala os passos tortos antes da queda. Todos convergem: há em ti um órgão real de percepção. Ele não te isola do mundo: te reconcilia com ele.


“Com um esforço persistente e determinado, abriríeis a porta e entraríeis nesta grande Câmara Interior, cheia de Luz, joias, ouro e a substância de todos os elementos do Universo.” Eis o tesouro. Ouro: a confiança madura que não precisa brilhar para se justificar. Joias: virtudes raras lapidadas no tempo — paciência alegre, coragem limpa, humildade inteligente, mansidão forte. Substância dos elementos: o poder de precipitar forma justa quando a causa é santa; a capacidade de ordenar a vida externa segundo a música do Alto.


Essa Câmara não é prêmio de elite espiritual; é herança, como o maná escondido prometido ao que vence (Ap 2:17). Mas a herança tem rito de entrada: reconhecimento (sou filho/a), consentimento (faça-se), fidelidade (permaneço). O cetro te foi dado, sim; mas mãos trêmulas por vaidade ou cobiça não o empunham. Por isso, o Mestre dos mestres nos educa antes de nos coroar: ensina-nos a servir.


“Com esta Verdade diante de si, ainda vacilam… por não crerem que podem tomar o cetro e ser livres.” Este é o nó: acreditas em Deus — mas duvidas que Deus acredite em ti. O batismo não é marca social; é afirmação: “Tu és meu filho amado; no EU SOU tens o meu agrado.” O Apocalipse fala de um nome novo gravado em uma pedra branca: não é distinção mundana, é lembrança — és mais que teu histórico. Quando o medo vier com a máscara da sensatez, responde com o salmo: “O Senhor é a força da minha vida; de quem terei medo?” E põe-te de pé.


Sócrates te lembra: coragem não é imprudência; é ciência do bem. Lao Tsé acrescenta: o poderoso é o que vence a si. Zaratustra sela: os que escolhem a luz caminham com a Luz. Krishna exorta: ergue-te, cumpre teu dever sem apego. Gautama completa: vê o medo como nuvem; não lhe dês moradia. Hermes conclui: aquilo em que fixas a mente te conforma. Logo, foca no que és em Deus — e anda.


“Podeis ver sem olhos; ouvir sem ouvidos; sentir o que outro sente; mover objetos distantes; construir palácios com o pensamento.” Sim, há sinais. Mas que te baste este aviso: nunca tomes o sinal por troféu. Os dons são servidores da caridade, não medalhas do ego. O poder que não se prostra perde-se. Yeshua, quando percebeu que queriam coroá-lo por causa dos sinais, retirou-se ao monte para orar. O mais alto uso do poder é não precisar ostentá-lo. O mais sábio milagre é transformar a vida em serviço — pão repartido, justiça praticada, consolo oferecido.


Na Kabbalah, as forças (gevurot) exigem guarda moral; na alquimia, o fogo queima se não houver vaso; no sufismo, o dhikr (lembrança do Nome) previne que a mão se torne pesada. O céu não te negará o que pedes, se o teu pedido eleva a muitos. Mas se o que procuras é brilho, ele te dará silêncio até que queiras ser luz.


“Persiste no poder oculto.” O que é persistir? É entrar diariamente na Câmara, não como turista, mas como morador. É aceitar a pedagogia da paciência. É cultivar quatro atos que formam um só movimento: Decretar, Visualizar, Confiar, Agir.


Decretar: uma palavra sóbria, dada uma vez, na consciência do Nome: “EU SOU a Presença que governa esta situação em verdade e justiça.”

Visualizar: ver o resultado final como já cumprido — a reconciliação realizada, a decisão limpa, o corpo reorganizado, a cidade justa.

Confiar: agradecer e descansar; não repetir por ansiedade, mas recordar com paz.

Agir: selar no mundo com gestos coerentes — enviar a carta, pagar o devido, estudar o necessário, reparar o erro, partilhar o excedente, calar a língua quando a caridade assim o pede.


Em linguagem de alquimia: Solve et Coagula — dissolve o supérfluo (medo, orgulho, pressa) e coaguliza o que sustenta (disciplina, ética, serviço). Em linguagem sufi: dhikr → fanā’ → baqā’ — lembrar o Nome, dissolver o ego, permanecer em Deus no mundo. Em linguagem de Kabbalah: Keter–Chokhmá–Biná–Tiferet–Yesod–Malkhut — Vontade, Visão, Compreensão, Beleza/Caridade, Fundação (imagética emocional ajustada), Reino (ação).


Dos Salmos: aprende hoje o ofício do turno da noite — “Sobre o meu leito, medito em Ti.” Ao deitar, revê o dia como quem o leva ao altar; abençoa o que foi, corrige o que podes amanhã, e dorme sob asas.


Dos Profetas: pratica justiça na porta (Amós). A espiritualidade que não corrige balanças exteriores atrofia por dentro. Ajusta preços, honra prazos, paga salários em dia, evita prometer o que não cumprirás.


Dos Evangelhos: entra no quarto secreto (Mt 6) — fecha a porta, para que o teu gesto não seja teatro. O Pai que vê no oculto recompensa com frutos que não dependem de aplausos.


Do Evangelho de Tomé (eco gnóstico): considera o dito novo — “Quando fizerdes do dois um…” — a unir pensamento e gesto, céu e chão, espírito e corpo. Integra; não cindas.


Do Livro de Enoque: contempla os luminares obedecendo ordens invisíveis — aprende o ritmo. A tua vida floresce quando aceita leis superiores: verdade, misericórdia, justiça, humildade.


De Gautama o Buddha: experimenta a nobre amizade (kalyāṇa-mitta). Caminha com quem deseja o teu crescimento, não o teu aplauso. O caminho solitário é real, mas os bons companheiros impedem que a vaidade te perca.


De Krishna: medita no yajña — oferecer cada ato como oblação. O que tocares, oferece; o que receberes, agradece; o que perderes, confia: o Supremo reúne o que dispersas quando serves.


De Zaratustra: aprende a dizer não ao que te macula a consciência. Em tempos de multiplicação de sombras, a coragem de uma negativa limpa vale mais que mil discursos.


De Hermes: exercita o olhar por correspondência: quando te falta paz fora, procura o nó dentro; quando te falta ordem dentro, organiza fora um canto, uma mesa, um horário. O alto e o baixo se ajudam.


De Lao Tsé: escolhe o não-forçar. Pressionar portas imaturas as danifica. O sábio mantém pressão zero sobre pessoas — e compromisso total com o Bem. A força suave modela mais que o braço tenso.


De Sócrates: pratica o exame: antes de dormir, pergunta “Que fiz hoje que me aproximou da Verdade? Onde menti? Onde temi?” Sem culpa paralisante; com responsabilidade que liberta.


A hora é de separação fina. Os contornos se acentuam. O mal se orgulha; o bem, se recolhe para servir sem gritaria. Não te surpreendas com declarações cínicas, ostentações de crueldade ou danças no abismo: as trevas, quando percebem o fim do seu turno, fazem barulho. Tu, porém, aprende o ofício da vigília: vela com óleo nas lâmpadas. O azeite é o que já praticas em segredo — não o que prometes em público.


Discernimento não é julgamento: é cuidado amoroso com as portas do coração. Não abras a casa a quem vem para roubar-te a paz; não confundas compaixão com permissividade; não chames de misericórdia o que é medo de dizer não. Compadece-te do ferido; não avalizes o feridor. Ora por todos; disciplina com firmeza quem precisa de bordas. Assim ama o Pai-Mãe: ternura com verdade, doçura com limite.


Se a consciência excede o corpo, não o desprezes. O corpo é sacramento: lugar onde o invisível aprende gestos e o gesto devolve honra ao invisível. Rege-o com moderação: repouso limpo, alimento que nutre, movimento que serve, palavras que não inflamem o sangue em vão. Silencia quando a língua quer vingança; fala quando o silêncio seria covardia. O corpo é aliado: quando bem ordenado, sustenta teu altar.


Livra-te da crença de falta absoluta: a Fonte é inesgotável. Onde existe fome, há canais entupidos, desperdício, injustiça, medo. A tua mesa é o ponto de partida: retira o excesso; partilha o excedente; agradece o que tens; recusa o supérfluo que te pede a alma como preço. Lembra: abundância limpa é a que transborda. Riqueza que vira rio não apodrece; riqueza parada azeda o coração.


Esses são os sinais que a câmara secreta de seu coração se abriu: Dormes com paz sem explicação. Raras vezes precisas justificar-te. Tua alegria é suficiente, não excitada. Teus “nãos” soam mansos, e por isso são firmes. Começas o dia com uma micro-ação que confirma o que o coração decidiu na véspera. A presença de Deus te parece familiar; a ausência, impossível.


Responde com silêncio, serviço e sacramento do pequeno. Lava pratos como quem lava os pés de Cristo; responde e-mails como quem escreve ao anjo da igreja; organiza finanças como quem arruma o altar. Milagres grandes amam mesas simples.


Tomar o cetro não é reinar sobre pessoas; é governar a si e servir muitos. O cetro pesa menos quando te lembras de duas leis:


1. Lei da Intenção Pura: “O que peço beneficia a muitos?”

2. Lei da Coerência: “O que faço confirma o que peço?”


Se as duas respondem “sim”, segue; se qualquer delas responder “não”, ajusta.


O Minuto do Trono (manhã e noite): senta-te ereto, respira, põe a mão no peito e afirma: “EU SOU a Presença que governa minha casa, meu ofício e meu coração.” Depois, silêncio de 60 segundos.

A Porta Vigiada (ao longo do dia): antes de falar algo que envolva o nome de alguém ausente, pergunta: “Isto edifica?” Se não, silencia ou transforma em intercessão.

A Mesa Justa (um gesto diário): retira um excesso (objeto, gasto, hábito) e converte-o em bênção a alguém. Pequeno e fiel.


Se te sentes pequeno, lembra: o Reino gosta de sementes. Se caíste ontem, levanta hoje sem discurso. Se duvidas, oferece tua dúvida como água do cântaro: O Mashiach (Cristo) transforma em vinho o que é real e humilde. Se tens medo, diz: “No amor, eu aprenderei.” Se te sentes indigno, responde: “Não sou digno… mas dize uma palavra.” E então faz o bem que está ao alcance. A Câmara não é prêmio por performance; é casa do filho que voltou.


De pé, coluna ereta, olhos serenos, mãos abertas.


“EU SOU a Consciência viva que ultrapassa sentidos e medo.

EU SOU a Presença que abre a Câmara Interior e me entrega o cetro da verdade.

EU SOU a luz que percebe, a paz que decide e a caridade que age.

O que no Alto está firmado, no chão eu confirmo em justiça,

para a glória do Pai-Mãe e o bem de muitos.

Assim é, porque EU SOU.”


Diz uma vez — com total presença. Em seguida, cumpre uma micro-ação coerente ainda hoje (um pedido de perdão, uma doação, um estudo, uma reparação, um passo na direção da saúde, um silêncio que poupa).


Altíssimo Pai-Mãe,

Fonte eterna e doce governo,

no Santo Nome de Yeshua Ha’Mashiach eu entro, com temor e alegria, na Câmara Interior de Luz.


Eu Te consagro minha mente, para que perceba além dos véus;

meu coração, para que ame sem negociar a verdade;

meu corpo, para que seja sacramento do Teu cuidado no mundo.


Arranca de mim a timidez que chama medo de prudência;

cura em mim a vaidade que chama exibicionismo de dom;

liberta-me da mentira da escassez, do culto ao excesso,

da língua que semeia contenda, do cansaço que me afasta da oração.


Dá-me olhos que vejam com caridade,

ouvidos que escutem o humilde e o Malach (anjo),

mãos que confirmem no chão o que a Tua luz acendeu no alto.


Se eu vacilar, sustenta-me;

se eu me orgulhar, corrige-me;

se eu me cansar, lembra-me do Nome: EU SOU.


Sobre minha casa, estabelece paz mansa;

sobre meu ofício, implanta justiça limpa;

sobre minha cidade, derrama verdade que cura e disciplina que guarda.


Eu tomo o cetro apenas para servir:

que a minha mesa seja suficiente e partilhada,

que a minha palavra seja poucas e necessárias,

que o meu passo seja firme e delicado.


No silêncio, EU SOU;

na obra, EU SOU;

na dor, EU SOU;

na alegria, EU SOU.


Porque Tu és em mim, e eu sou em Ti,

hoje, agora e sempre.


Amén!


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