Além do Bem e do Mal Aparente: o Céu Imaculado do EU SOU
- Jp Santsil

- 27 de set.
- 9 min de leitura
Amado Buscador, amada Buscadora da Verdade,
No Sagrado e Santo Nome do Mais Alto dos altos, sob a ordem divina do Mestre dos mestres Yeshua Ha’Mashiach, escrevo-te esta carta-oráculo com o coração em brasas e a mente ajoelhada. Que cada palavra seja um passo firme no deserto destes dias, e que a tua alma escute, no intervalo entre as sílabas, o Grande Silêncio onde opera a Presença EU SOU, imaculada como o céu, presente em tudo, tocando tudo sem ser tocada por nada.
O fundamento de hoje é claro: A Grande e Poderosa Presença EU SOU não faz diferenciação de bem e mal como faz o olhar fragmentado do ego. Brilha o sol sobre bons e maus; a água nutre sem discriminar; o céu permanece intocado, mesmo quando sob ele explodem tormentas. A Presença está além dos juízos do eu dividido. Não se empolga com o prazer, não sofre com a dor: é. E porque é, tudo o que existe encontra nela o seu repouso e a sua medida. Por isso te digo, em nome do Altíssimo: entrega-te, e não interfiras. Silencia o impulso de julgar, condenar e comparar. Sê auto-satisfeito na Presença, não na performance do ego. O que deseja sem cessar é o personagem; e, para cada desejo, o personagem paga com pequenas mortes: a paz se fende, a alegria se escapa, a liberdade se troca por cativeiros com brilho.
Nada do mundo material é absoluto. É ferramenta, não trono. Veste a forma como quem veste uma roupa de trabalho: usa, serve, agradece, e larga. A ostentação é um espelho quebrado: lisonjeia a tua imagem e fere as tuas mãos.
A escassez, dizem, é fato. Eu te digo: como realidade última, é mentira, uma arquitetura mental e social que programa sobrevivência, medo e competição. Onde vês uma mesa com desperdício, inevitavelmente outra mesa ficará sem pão. Não há “falta” na Fonte; há distorção nos canais. E a Lei de Ajuste — que muitos chamam Karma, não dorme: quem retém o que não precisa cria em si mesmo um circuito de falta futura. O ciclo da Vida devolve a cada um a forma do seu gesto. Por isso, tudo começa e tudo termina em ti.
Quero, então, condensar o que recebi para ti em cinco movimentos: (1) O Céu Imaculado, (2) O Engano da Escassez, (3) O Coração Simples, (4) O Caminho da Unidade, (5) A Obra Justa no Mundo. E selarei com uma prática de decreto e uma oração forte, para teu uso diário nestes tempos em que quem é limpo se purifica, e quem é sujo se suja ainda mais.
Yeshua ensinou: “O Pai-Mãe faz nascer o seu sol sobre maus e bons e chover sobre justos e injustos.” Isso não desculpa a injustiça; revela a imparcialidade da Fonte. O céu não se altera porque a tempestade berra. Assim é o EU SOU em ti: imutável. O ego, feito de múltiplas máscaras, fragmenta e mede tudo à régua do ganho e da perda; a Presença, não. Ela é fundamento, não opinião.
Mesmo quando uma tempestade se ergue com fúria, cobrindo o horizonte de trovões, raios e ventos que parecem abalar os alicerces da vida, o céu acima dela permanece intacto: azul, sereno e iluminado pela majestade do Rei Sol. Essa verdade nos recorda que toda dor, confusão ou escuridão que enfrentamos é apenas uma camada passageira, incapaz de apagar a luz que reina soberana além das nuvens. O Sol não deixa de brilhar porque a tempestade se anuncia; sua constância é certeza, seu fogo é vida, sua presença é promessa de que a tormenta será vencida. Assim também é a força do espírito: mesmo nos momentos mais sombrios, há sempre um azul infinito e um Sol invencível guardando, acima de nós, a lembrança de que a paz e a clareza retornarão.
Hermes Trismegisto diria: “O inalterável governa o variável.” O céu governa a nuvem sem entrar na guerra da chuva com o vento.
Lao Tsé sussurra: “O grande quadrado não tem cantos.” O não ego é amplo demais para esbarrar.
Sócrates aponta o daimónion, a pequena luz que diz “não” quando o eu quer se distrair: escuta, e o céu reaparece.
Prática breve: quando o julgamento vier (de ti ou do outro), respira e diz por dentro: “O céu em mim permanece imaculado.” Observa como desarma o ímpeto de punir ou exaltar.
Não existe escassez essencial neste plano de criação constante. Há mau arranjo. Enquanto uns chamam “abundância” a um acúmulo que não serve à vida, será inevitável que outros faltem. Onde um coração abre mão de retê-lo para si o que excede a necessidade, promove-se redistribuição viva, e canais se desobstruem.
Sidharta Gautama ensinou o caminho do meio: nem o apego da posse, nem a fuga irresponsável — uso hábil.
Krishna soprou a Arjuna: age, oferece os frutos, não te prendas a eles (não porque frutos sejam maus, mas porque prisões são).
Zoroastro ancorou a tríade: Bons pensamentos, boas palavras, boas ações — e isso implica justiça distributiva.
Na Kabbalah, a luz (Shefa) quer fluir de Tiferet (compaixão/beleza) até Malkhut (o Reino). Quando a luz estagna nas sefirot — detida por egoísmo ou medo — forma sombras: carência onde deveria haver abastecimento. Que fazer? Abrir canais: partilhar, reparar, corrigir. Isso cura o mapa.
Sinal da mentira da escassez em ti: comparação constante, inveja silenciosa, ansiedade quando o outro prospera. Antídoto imediato: bênção ativa. Bênçoa o bem do outro e faz uma micro-doação. O coração aprende com a mão.
A Presença convida à simplicidade: não como pose austera, mas como liberdade real. Quem precisa de ornamentos para existir escraviza-se a quem os oferece. Yeshua mostrou a viúva que deu duas pequenas moedas, e disse que ela deu mais que todos. Não porque a matemática do céu ignore números, mas porque mede pelo coração. O pouco limpo vale mais que o muito cativo.
Já cantava Mestre Pastinha (o maior divulgador e organizador da Capoeira), em suas rodas de Capoeira Angola em Salvador da Bahia, nas suas sábias ladainhas: Yeh! Maior é Deus e pequeno sou eu, o que eu tenho foi Deus que me deu, na Roda de Capoeira GRANDE e pequeno sou eu, e ainda: O Mundo de Deus é Grande e não cabe numa mão fechada, o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada
Lao Tsé: “Conhecer que basta é riqueza.”
Buda: “Pouco é o bastante para quem sabe ver.”
Sócrates: “Quanto menos preciso, mais perto dos deuses estou.”
Simplicidade não é miséria; é suficiência. Não idealiza a carência; cura-a. Dorme sem o peso da imagem, levanta-se leve para o serviço. Quem se contenta no EU SOU prova um gosto raro: auto-satisfação não narcisista — um estado de contentamento limpo.
A Presença não discrimina porque não está dividida. O ego é o grande divisor: cria “eu versus mundo”, “meus versus outros”, “meu grupo versus o resto”. Por isso julga, compara e odeia. O EU SOU é um; acolhe em si os muitos sem confusão. Esse é o sentido profundo do ensinamento de Yeshua: “Que todos sejam um.” Não é uniformidade — é comunhão. Por isso, disse: Eu e o Pai-Mãe somos UM!, e por essa fala o condenaram ao sacrifício do madeiro, pelo qual pagou o preço para que também pudéssemos decretar como ele decretou: "Eu e a Grande e Poderosa Divina Presença EU SOU somos UM!"
Hermes: “O Todo é Mente.” Se tudo participa do Intelecto divino, ofender o outro é sombra sobre o próprio espelho.
Sufi: no dhikr, o coração repete o Nome até que caia a ilusão de separação; então o amor escorre sem esforço.
Sinal de unidade chegando: tu diminuís o volume do teu drama e aumentas a escuta do outro. Sinal de unidade madura: tua alegria não depende de vencer alguém; tua tristeza não goza quando alguém cai. Sinal de céu: tu te retiras da arena do espetáculo e serves.
“Entregar-se” não é inércia. É trocar o controle por obediência. A Presença pede coerência: se dizes “não há escassez”, abre um caminho real para que a abundância chegue a alguém. Se dizes “não julgo”, para a língua quando o assunto é a queda de um irmão. Se dizes “confio”, age com diligência — contratos limpos, preços justos, promessa honrada, plano executado.
Krishna: “Cumpre teu dever com destreza.”
Buda: “O caminho do meio é também o caminho da ação correta.”
Zoroastro: ação boa ou mau — sem cinza confortável.
Hermes: “Como em cima, assim em baixo.” A visão se torna método.
Lao Tsé: “Faze sem forçar.” O wu-wei não é passividade; é não-violência eficaz.
Sócrates: “Cuidar da alma” — e disso decorre cuidar da pólis.
Métrica da Presença: menos “o que digo de mim”, mais o que minha presença faz aos outros. Se tua aproximação traz calma, clareza e coragem, há céu em ti. Se traz agitação, confusão e medo, há ego demais. Corrige o rumo.
Na alquimia, o chumbo vira ouro quando o fogo (amor) encontra a forma (disciplina). Traz isso para a vida:
Fogo: devoção concreta — oração, louvor, gratidão, silêncio.
Forma: hábitos limpos — pontualidade, justiça nos pagamentos, palavra empenhada, estudo, cuidado do corpo.
Sem fogo, a forma cansa; sem forma, o fogo vira brasa dispersa. Uni os dois e verás o ouro da paz estável.
Tua intenção (Keter) escolhe; tua visão (Chokhmá) vê; tua compreensão (Biná) organiza; tua compaixão/verdade (Tiferet) harmoniza; tua fundação (Yesod) transmite ao mundo; o Reino (Malkhut) expressa. Se a abundância não chega, investiga (há de haver harmonia entre ação e pensamento):
1. Intenção: quero servir ou ostentar?
2. Visão: vejo meios limpos?
3. Compreensão: há ordem no meu plano?
4. Verdade: há justiça no meu preço e trato?
5. Fundação: minhas emoções/imagens apoiam ou sabotam?
6. Reino: faço o que digo?
Corrige o ponto que emperra. A luz fluirá.
No Sufi Dhikr: “EU SOU” — lembrança do Nome que te desidentifica do ruído.
Fanā’: dissolver o personagem que mede tudo por ganho/perda.
Baqā’: permanecer agindo no mundo, com Deus, para os outros.
O fruto disso é uma vida simples, firme e alegre, não excitada nem deprimida, útil.
Menos necessidade de provar que tens razão.
Mais facilidade de dizer “não sei” e aprender.
Menos compra por impulso; mais investimento com sentido.
Menos escândalo com o erro alheio; mais prontidão para reparar o próprio.
Menos tempo nas telas; mais presença nos encontros e serviços reais.
Menos “minha” abundância; mais abundância que chega a quem precisa.
A Presença não discrimina pessoas, mas discernir atos é amor. Amar o injusto não é chamar injustiça de justiça. Discernir é ver a raiz que cura; julgar é carimbar rótulos que perpetuam. Diz “não” ao mal sem odiar o que o pratica. Protege os fracos sem demonizar rostos; corrige estruturas e cuida de gente.
Bênção matinal: antes de tocar o telefone, toca o peito: “EU SOU a suficiência deste dia.”
Regra dos três: três coisas pequenas bem feitas por dia (uma para ti, uma para a casa/ofício, uma para alguém).
Jejum de comparação: um dia por semana sem redes; usa o tempo para visitar alguém e ouvir.
Mesa justa: que a tua mesa não desperdice; e que parte dela seja partilhada.
Ninguém é mais que ninguém. Talentos diferem; dignidade, não. Quem diz “sou demais” cai na vaidade; quem diz “sou de menos” cai na autodepreciação. Ambos são ego. O EU SOU te põe de pé com todos: humilde sem rastejar, firme sem dominar. Aprende a arte de estar junto.
Desejo não é vilão; cativeiro é. O desejo consagrado vira vocação; o desejo egóico vira consumo de ti mesmo. Examina: este querer me torna mais livre para amar? Se sim, consagra e caminha. Se não, agradece e solta. O céu te devolverá aquilo que serve à tua missão.
Fica de pé. Respira profundamente três vezes. Mão direita sobre o coração; esquerda voltada para fora, em sinal de doação.
“EU SOU o Céu imaculado em meio a todas as formas.
EU SOU a suficiência que dissolve a mentira da escassez.
EU SOU a simplicidade alegre que usa, serve e solta.
EU SOU a unidade que abençoa sem julgar e discerne sem ferir.
EU SOU a abundância limpa que flui por canais justos, tocando a minha casa, o meu ofício e os que o Pai-Mãe me confia.
Assim é, porque EU SOU.”
Diz uma vez, com presença. Em seguida, toma uma micro-ação coerente (partilha algo, ajusta um preço, pede perdão, visita, estuda, limpa um excesso) — e cumpre o hoje.
Altíssimo Pai-Mãe,
Fonte que és céu sem mácula e sol sem preferência,
eu me inclino no Nome santo de Yeshua Ha’Mashiach
e te entrego o meu desejo de julgar, possuir e comparar.
Desfaz em mim a ilusão da escassez,
cura o hábito de reter o que não preciso,
ensina-me a mesa justa: sem desperdício, com partilha.
Dá-me o coração simples que se contenta em Ti,
a mente clara que vê a unidade por trás de mil nomes,
as mãos firmes que confirmam no mundo o que o espírito já sabe.
Que meu falar não condene, que meu olhar não condene,
que minha ação não escravize.
Se eu cair, levanta-me; se eu endurecer, amolece-me;
se eu temer, lembra-me: EU SOU.
Sobre minha casa, derrama luz mansa;
sobre meu ofício, justiça limpa;
sobre meu corpo, ordem e vida;
sobre minha cidade, verdade e compaixão.
Eu confio: Tu és o Céu em mim, e eu sou em Ti.
Nada me falta, porque tudo em Ti é suficiente em mim.
Eu uso, sirvo e solto, e sigo.
Amen!
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