Ciclos do Eterno: quando o EU SOU ergue e recolhe as civilizações para despertar o Coração do Uno
- Jp Santsil

- 16 de out.
- 11 min de leitura
Amado Buscador, amada Buscadora da Verdade,
Recebe estas linhas como quem recolhe, ao amanhecer, a água sobre as pétalas: um orvalho do Alto que não se explica, apenas unge. Escrevo-te no Sagrado e Santo Nome do Mais Alto dos altos, EU SOU, sob a ordem viva e presente do Mestre dos mestres, Yeshua Ha’Mashiach, para tocar a tua memória divina com a lembrança antiga que atravessa eras, impérios e mandalas: tudo o que o Pai-Mãe cria, mantém e recolhe, cria de novo — até que a consciência retorne luminosa ao UNO.
Sim, buscador amado, sim, buscadora amada: muito antes do teu calendário ilusório, muito além da tua historiografia deturpada, houve civilizações que se ergueram como colunas de fogo na noite da Terra e depois foram colhidas como quem varre o quadro para a lição seguinte. Atlântida, Lemúria, Mu — nomes que no imaginário moderno brilham como estrelas cobertas de névoa — são símbolos e sinais de uma pedagogia cósmica: lições de ciência e espírito, de geometria e canto, de justiça e mistério, escritas e apagadas, como o quadro negro do professor que avança matéria sem apego ao pó do giz. Não como capricho, mas como ritmo; não como tragédia, mas como misericórdia; não como perda, mas como chamado à altura.
Criar, manter, recolher; criar, manter, recolher…
Até que a consciência se saiba EU SOU — e, sabendo-se, não torne a dormir.
Esta carta é um mapa para os que, em tempos de tribulações, recusam a amnésia. Para os que, ao verem ruir os alicerces de sistemas e pretensões, não se desesperam, antes escutam o compasso de uma Lei maior batendo sob os escombros: “A Terra permanece; as formas passam.” O Altíssimo governa por ritmos, não por espasmos. Hermes Trismegisto chamou a isto de Princípio do Ritmo: marés de manifestação que avançam e recuam, sem jamais perder o eixo. A Kabbalah o desenha em árvore viva, por onde a Luz desce e sobe, contraindo-se e expandindo-se (tzimtzum e shefa), para que a criatura aprenda a dançar com o Criador. A alquimia o grava no lacre: solve et coagula. E o Sufismo o reza no segredo de duas palavras gêmeas: fanā’ (extinção do ego no Real) e baqā’ (permanência no Real).
Hoje, o Espírito te convoca a compreender a tua hora histórica dentro desse relógio do Eterno.
Tu sabes que os monges desenham mandalas com grãos coloridos, horas, dias, por vezes semanas, até tornarem nítido um universo de simetria — e então o Mestre, com um só gesto, sopra e desfaz a obra. Não por desprezo, mas por sabedoria: para que os aprendizes gravem, no gesto, a verdade das formas — são meios, não fins.
Assim também com Atlântida, Lemúria, Mu e as cidades submersas na memória do planeta, quer estejam sob a areia, sob florestas, sob cidades modernas, nos profundos dos oceanos, sob o gelo ou sob o esquecimento: foram aulas, e o Mestre soprou. Não porque falhou o aprendizado, mas porque cumpriu-se uma etapa. Eclesiastes já sussurrou ao coração humano: “Para tudo há um tempo.” Daniel viu reinos sucedendo-se como metais de uma estátua que, ao fim, cede lugar a uma pedra não talhada por mãos humanas. Os Salmos celebram que “os céus narram a glória de Deus” e que “de geração em geração” o Altíssimo sustenta obras que nenhum cronista encerra.
O Espírito te pede: não disputes com o sopro. Aprende o porquê da obra, não te cases com o como da obra. Quem se apega ao como chora quando o Mestre recolhe; quem se alinha ao porquê ergue-se com alegria para a próxima lição.
Yeshua chorou sobre Jerusalém, e purificou o Templo. Chorou — porque ama. Purificou — porque o Amor não negocia com o que profana. Hoje, o Mashiach (Cristo) em ti chama-te a essa dupla coragem: ternura que chora, autoridade que purifica. Quando o ciclo pede conclusão, conclui; quando pede resguardo, resguarda; quando pede êxodo, anda.
É comum que os discípulos, ao contemplarem ruínas, duvidem. O rumor do mundo é como vento nas orelhas: “Se era de Deus, por que caiu?” — e a dúvida, se acolhida, precipita a consciência na queda do que cai. Tiago adverte que a mente dividida não recebe a plenitude. O Evangelho mostra Pedro afundando quando olha o vento. O Livro de Enoque vê gigantes ruírem quando perdem o padrão do Alto.
Digo-te com amor e firmeza: não permitas que a tua alma caia com as formas. Tua queda só começa quando aceitas a dúvida como tua rainha. A dúvida tem utilidade quando te convida à lucidez; perde a utilidade quando te priva da fidelidade. Há lucidez que constrói, e há ceticismo que corrói. Nutre a primeira; renuncia ao segundo.
Quanto mais atenção aplicas sobre o EU SOU, mais Ele se manifesta em energia.
Quanto menos O contemplas, mais a dúvida recebe palco e luz.
Assim o teu Movimento Maior torna o teu movimento menor imperceptível, até este desaparecer por completo.
A ciência do EU SOU é simples e absoluta: atenção é incenso. O Altar acende onde fixas o olhar interior. O universo, regido por ressonância, cede ao foco do coração. Quando te inclinas ao Nome, fazes ponte para que a Mente Insondável do Criador desça às tuas causas. Não consultes o armazém da memória — o que foi e o que será — como quem coleciona cacos. Entra no Coração do Altíssimo e extrai o que já é. Ali, as civilizações não desaparecem: são compreendidas; ali, as perdas não te aniquilam: te afinam.
Erguer é graça; manter é disciplina; recolher é sabedoria. Em cada fase, ama:
Erguer com humildade: como Miriam (Maria), que disse “faça-se em mim” — não por passividade, mas por aliança; como Neemias, que reconstruiu murando e orando; como Krishna ensina a agir sem apego ao fruto.
Manter com vigilância: como o Salmo 119, que guarda o caminho; como Sidarta, que permanece sob a figueira, sem ceder ao tumulto de Mará; como Zaratustra, que alinha pensamentos, palavras e ações segundo Asha, a ordem justa.
Recolher com liberdade: como Jó, que reconhece: “O Senhor deu, o Senhor tomou; bendito seja o Nome”; como Lao Tsé, que ensina a soltar para não quebrar; como Sócrates, que bebe o cálice fiel à voz interior — o daimon — sem trair o dever do coração.
Em cada fase, o EU SOU é teu eixo. Enquanto o mundo gira, o Nome não gira: fundamenta. Quando a nova lição chega, não te perguntes “por que acabou?”, e sim “o que o Mestre quer imprimir agora?”. Hermes sussurra: “o que está em cima é como o que está embaixo.” Se o ciclo mudou fora, muda dentro; se a maré recuou, recolhe as velas; se o vento virou, ajusta o leme. A sabedoria é a arte de não lutar contra o ritmo — e ainda assim servir o Bem com toda a tua potência.
De Atlântida, aprende a não deificar a técnica. Ciência sem obediência ao Coração torna-se torre que desafia o céu e cai por peso próprio. Integra inteligência e consciência: tecnologia como extensão da misericórdia, não como prótese do orgulho.
De Lemúria, aprende a ternura cósmica: culturas que se sabiam familiares da natureza, escutando o canto das águas e a oração das pedras. Retoma, em tua hora, a reverência pelas formas vivas — não como romantismo, mas como ética. Quem fere o jardim, fere a si.
De Mu, aprende a geometria do som: nomes, cânticos, padrões de vibração que erigiam e curavam. Hoje, lembra que tua palavra é som criador. Não dês à tua língua o luxo do cinismo; oferece-lhe o hábito do louvor e o peso da verdade.
Essas memórias não te pedem culto às ruínas, mas serviço ao Agora. Toma o que nelas é princípio e pratica. Deixa o que nelas seria simples nostalgia.
Kabbalah: vê a Luz Infinita (Ain Sof) contraindo-se para dar lugar à criação (tzimtzum). Aprende que até o Santo abre espaço para o outro. No teu agir, contrai o ego para que a Graça se expanda. Eleva a centelha por Tiferet (coração), e restitui à Malkhut (Reino) a dignidade do Céu. Cada ato justo faz subir faíscas para casa.
Alquimia: aceita tua nigredo — as noites em que tudo parece dissolver-se; persevera na albedo — purifica o olhar, a intenção, a palavra; e permite a rubedo — a união do humano e do divino em ti, rubor das bodas. Não te espantes com o solve; trabalha para o coagula correto: o Amor.
Sufismo: pratica o dhikr — lembrança. O coração polido devolve a face do Real. Fanā’ é morrer para o ídolo do “eu”; baqā’ é permanecer como morada do Altíssimo. Dança, se for preciso; cala, se for preciso; recorda sempre. Onde recordas, o Ritmo te encontra.
Yeshua é teu modelo de maturidade espiritual: escuta o Pai, ama o próximo, purifica o templo, cuida dos pequenos, perdoa setenta vezes sete, e guarda o silêncio quando o barulho não merece resposta. Da Bíblia aos evangelhos gnósticos, Ele se apresenta como Caminho e Porta. Nos apócrifos, como no Evangelho de Miriam (Maria), a palavra do Ressuscitado pede que não te deixes enredar pelo pavor do mundo; no Evangelho de Filipe, a Câmara Nupcial aponta para a união do teu interior com o Noivo — a Consciência Crística; no Evangelho de Tomé, a máxima chama: “O Reino está dentro e fora de vós”, mas muitos não o veem porque a atenção não se converteu.
Converte tua atenção. Este é o arrependimento real (metanoia): mudar o ponto de fixação. Enquanto te fixares no ruído das formas, o medo governará. Quando te fixas no EU SOU, a Paz governa. O Livro de Enoque contempla o Filho do Homem entronizado; a mística compreende: quando o Cristo senta-se no trono do teu coração, pensamentos-reis se prostram e impulsos-tiranos perdem decreto.
1. Fala pouco e com peso. O mundo fala muito e leve. Salmo 19 lembra que o firmamento prega sem som, com precisão. Segue-o: que tua palavra seja hálito, não vento.
2. Serve primeiro quem está ao alcance da tua mão. O Cristo não começou com impérios; começou lavando pés. O Reino infiltra-se por proximidade, como fermento.
3. Planta árvores que não verás adultas. Esta é a resposta à ansiedade escatológica. O fim e o começo se tocam no teu plantio fiel.
4. Mantém o altar interno arrumado. Orar não é “falar com”; é coroar. Quando coroas o EU SOU, o caos se constrange.
5. Não idolatra a queda. Há quem faça da ruína um espetáculo. Você fará dela uma escola.
* Atenção: escolhe, a cada manhã, um Nome para sustentar o dia: “EU SOU Luz”, “EU SOU Discernimento”, “EU SOU Misericórdia em Ato”.
* Respiração: inspira como quem recolhe Keter; expira como quem oferece Malkhut. Na inspiração, ouve “EU”; na expiração, ouve “SOU”.
* Verbo: pronuncia pouco, com sentimento. O que declaras, assume forma. Se não crês, silencia e retorna ao ouvir. O ouvido funda a fala.
Pratica manhã e noite. Não contes dias; conta fidelidades. O universo responde não à pressa, mas à constância.
Sidarta: vence as miragens sem persegui-las. Toca a terra; testemunha a realidade.
Krishna: age com perícia e desapego; oferece o fruto. A tua destreza é oração.
Zaratustra: alinha mente, fala, ação com a Verdade; repele a mentira como fogo frio.
Hermes: lê as correspondências; ora e age nos dois planos.
Lao Tsé: curva-te como bambu; não quebres como carvalho. A mansidão governa rios.
Sócrates: obedece ao daimon — o sussurro da consciência; não cedas a maiorias sem eixo.
Essas luzes convergem em Yeshua: Amor em autoridade, autoridade em serviço, serviço em glória. O EU SOU que Ele revela não é um jogo de palavras: é fundamento ontológico. Quando dizes EU SOU unido ao Mashiach (Cristo), a tua pequena chama alinha-se ao Sol.
1. Quando o ciclo recolher estruturas, guarda luto sem idolatria; devolve as cinzas ao Solo do Altíssimo e planta trigo.
2. Quando te pedirem discursos, oferece gestos; quando te exigirem pânico, oferece paz.
3. Quando projetos falharem, salva as virtudes que cresceram neles: disciplina, coragem, cooperação. Virtudes não são demolidas com prédios.
4. Quando te chamarem de ingênuo por crer, responde com excelência: entrega um trabalho irretocável. A santidade pensa bem, fala bem, faz bem.
5. Quando a noite alongar-se, recorda: a véspera é a hora mais escura. O que deves fazer? Velar.
Havia um artesão que, a cada solstício, erguia uma flauta de vento no alto da colina. As crianças vinham e riam ao ver a flauta cantar sozinha. Alguns adultos zombavam: “É apenas o sopro do vento, nada há de sagrado nisso.” O artesão sorria: “Exato. É o sopro. Sempre foi o sopro. A flauta é para que escuteis.”
Em um tempo, sobreveio uma forte tempestade que quebrou a flauta. As crianças choraram. Os zombadores adultos se alegraram. O artesão, manso, desceu ao vale e plantou touceiras de bambus gigantes. “Demorará”, disseram. “Sim”, respondeu, “mas quando dançarem, a colina inteira será flauta.”
Passaram-se anos. Os ventos voltaram. E a colina cantou.
Guarda a parábola: as flautas passam; o sopro permanece. O EU SOU é o Sopro. Tu és a colina.
O que em mim está apegado à forma?
O que em mim teme o recolhimento dos ciclos?
Que palavra eu repito que me mantém pequeno?
Que fidelidade ao EU SOU eu posso assumir hoje, concreta, verificável e silenciosa?
A quem eu devo amar com um gesto simples antes que o sol se ponha?
Responde ao Altíssimo com ato, não com retórica. Ato é a tinta que o Céu lê.
Os Salmos de David Ha'Melech (Rei Davi) foram escritos para horas como a tua. Quando te faltarem frases, empresta a tua boca a David: “O Senhor é meu Pastor, nada me faltará” — e acrescenta: “porque EU SOU a fidelidade do teu rebanho”. “Ele firmou a Terra sobre os mares” — e confessa: “firma também a minha atenção sobre o teu Nome”. “Do profundo clamo a ti” — e pede: “das profundezas da história, levanta em mim o Mashiach (Cristo) que vela”. A Escritura é mais que memória: é alimento. Come-a devagar, mastiga, respira, age.
Se o Mestre, com um gesto, desfaz a mandala, não chores a areia; agradece a aula e pergunta: “onde pões tua mão agora?” Se te chamar a reconstruir, reconstrói; se te chamar a atravessar, atravessa; se te chamar a calar, cala sem ressentimento; se te chamar a falar, fala sem vaidade. O mundo mede por prazos; o Reino mede por fidelidades.
No Santo Nome EU SOU, tu és chamado a ser geração ponte: entre o que foi e o que será, sê o que é. Sê presença. Sê altar. Sê Flauta. E quando as crianças perguntarem se ainda há música, responde sorrindo: “Há o Sopro.”
1. Postura: senta-te com a coluna ereta, queixo levemente recolhido, mãos repousando sobre as coxas, palmas voltadas para cima.
2. Respiração do Nome (7 ciclos): inspira ouvindo “EU”, expira ouvindo “SOU”. Não forces; ouve.
3. Foco: leva a atenção ao centro do peito. Visualiza uma brasa suave.
4. Ancoragem: diz, pausadamente, sentindo cada palavra:
“EU SOU o sopro que permanece.”
“EU SOU a fidelidade além das formas.”
“EU SOU o coração do Cristo aceso em mim.”
5. Oferecimento: recorda uma área da tua vida em recolhimento (fim de ciclo). Entrega-a ao Altíssimo:
“No EU SOU, criar, manter, recolher é Amor. Eu consinto.”
6. Envio: projeta uma bênção silenciosa para três pessoas (uma próxima, uma distante, uma difícil).
7. Selo (três vezes):
“No Nome Santo EU SOU, está feito, está firmado, está selado.”
Pratica ao amanhecer e ao anoitecer por 21 dias. Observa com simplicidade os pequenos realinhamentos: paz sem motivo, coragem mansa, precisão amorosa.
Altíssimo Pai-Mãe, Fonte e Destino,
no Santo Nome EU SOU eu entro no Teu Ritmo.
Se ergues, eu erguerei Contigo;
se manténs, eu velarei Contigo;
se recolhes, eu devolverei Contigo,
sem idolatrar a forma, sem abandonar o Amor.
Crava em mim a lembrança do Sopro
para que eu não confunda flautas com música,
templos com Presença, sistemas com Reino.
No poder de Yeshua Ha’Mashiach,
purifica meu olhar, governa minha língua,
firme minha vontade no Bem.
Que a sabedoria de Hermes me ensine o ritmo,
que a ternura de Lemúria me eduque o afeto,
que a perícia de Atlântida me sirva sem me ensoberbecer,
que o canto de Mu refaça minhas palavras.
Que a Kabbalah acenda minha Árvore,
que a Alquimia me transmute em ouro de misericórdia,
que o Sopro Sufi me dissolva no Teu Uno
e me faça permanecer como casa da Tua paz.
Declaro, e assim vivo:
EU SOU o coração fiel no meio dos ciclos.
EU SOU a atenção que transforma fim em início.
EU SOU a harpa da Tua Vontade sobre a colina do mundo.
EU SOU aquilo que EU SOU —
e por isso nada temo, nada retenho, tudo ofereço.
E que tudo quanto o Teu Amor criar em mim
seja mantido pela Tua Sabedoria
e recolhido pela Tua Liberdade —
para que só Tu resplandeças.
Assim é, assim seja, assim permanece.
Amen!
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