O Manto Invisível do Mestre: reconhecer a Presença do EU SOU na simplicidade
- Jp Santsil

- 16 de out.
- 10 min de leitura
Amado Buscador, amada Buscadora da Verdade,
No Sagrado e Santo Nome do Mais Alto dos Altos, sob a ordem divina do Mestre dos mestres Yeshua Ha’Mashiach, receba esta carta-oráculo como quem recebe pão e sal em casa de amigo antigo: com reverência, alegria e silêncio. Hoje te falo de um mistério suave e, por isso mesmo, tremendo: o Mestre verdadeiro caminha ao nosso lado sem alardes; seu poder não estremece a terra com ruídos, mas reordena as placas do coração em silêncio, e quando a hora da crise chega, a força real se revela — não como espetáculo, e sim como frequência que purifica, aquece, organiza. O Mestre não se confunde com celebridades; não glorifica o próprio ego; veste-se de cotidiano e, por isso, a maioria não O percebe. Mas ninguém permanece indiferente: uns sentem paz imensa, outros inquietação sem nome; uns supõem riqueza, fama, aparência; outros intuem um “algo” superior que não cabe nas medidas do mundo. Assim é: a alta vibração sempre altera o ambiente — como o sal que tempera sem se exibir, como o fermento que levanta a massa e desaparece.
Podeis andar ao lado de um Mestre, durante anos, sem percebê-lo, até que vossas próprias faculdades internas o revelem. Pode-se viver na mesma casa com um Mestre durante anos e não saber, até que surja uma crise e o poder real se revele. O verdadeiro Mestre não dá poder ao seu ego, o Mestre se manifesta em toda sua simplicidade, e, por isso, é confundido com as pessoas simples, por não buscar em si mesmo qualquer glamour. As pessoas comuns não o valorizam e reconhecem, pois, essas mesmas pessoas procuram só a grandeza do ego e do status material nas personalidades mundanas. Porém, mesmo assim, quando olham um Mestre veem algo superior nele, e não podendo compreender o que é esse algo superior, tentam assimilar a algo mundano do seu cotidiano ilusório, e se questionam: “Este deve ser muito rico” ou “Este deve ser muito famoso” ou veem nele uma beleza admirável, ou sentem uma atração de paixão incontrolável, ou até um pavor temível, ou uma inveja incompreensível. Portanto, seja por ignorantes ou sábios um verdadeiro Mestre nunca, jamais, é ignorado ou passa despercebido pelas vidas humanas e energias dos ambientes. Pois, sua alta frequência a tudo modifica, abala e muda. Para um Mestre, discutir ou revelar as próprias realizações, seria dissipar suas forças, e isso não deve ser feito em tempo algum. (O LIVRO DE OURO DE SAINT GERMAIN: A Sagrada Alquimia do EU SOU)
Estas linhas, sementes do nosso oráculo, contêm um itinerário: (1) aprender a ver além do verniz, (2) cultivar faculdades internas que reconheçam o perfume do Espírito, (3) aceitar que o poder do Alto nunca serve ao brilho do baixo, (4) saber que a crise é crivo que revela o que é real. A maestria autêntica não se compra; conquista-se no santuário do coração — e o primeiro voto do discípulo não é “seguir alguém”, mas “procurar, achar e aplicar a Lei do próprio Ser”, para então reconhecer no outro o mesmo Centro.
Yeshua escolheu Nazaré, aldeia sem realeza aparente; foi conhecido como carpinteiro, coração calado que conserta coisas quebradas. O Ungido lavou pés, tocou feridos, comeu com os desprezados. A Escritura canta que o Sol do Altíssimo nasce sobre bons e maus; e o salmista pede um coração humilde, não um palco. Os antigos diziam: “Não olheis a aparência, Deus vê o coração.” Quando o Filho do Homem entrou em Jerusalém, montou um jumentinho; quando se transfigurou, pediu silêncio. No Getsêmani, não reuniu multidões; reuniu amigos. É assim que o Céu trabalha: sem histeria, com governo.
Os Salmos tecem o retrato do servo escondido: quem habita no esconderijo do Altíssimo (Sl 91) não é sombra, é torre; quem se cala diante da vaidade, fala alto no tribunal da consciência (Sl 131: “não se elevam meus olhos”). Os Profetas anunciam o servo sofredor que “não clama nas praças”, mas “não quebra a cana rachada”: o poder divino não grita; cura.
Nos Evangelhos, o poder real se mostra na crise: tempestades cedem, corações se acalmam, culpa se desfaz em perdão, mortos se erguem quando a presença do Mestre está. Observa: quanto maior a força, mais simples o gesto. O pão se multiplica sem trombeta; corações queimam sem fogos. O Reino não vem “com visível aparência”; vem como fermento — e muda tudo.
Nos textos velados, ecoam pistas: “Quando fizerdes do dentro como o fora, do alto como o baixo, então entrareis no Reino.” É a senha: correspondência e integração. O Mestre concilia; o ego separa. O Mestre desata nós; o ego aperta cordas.
No Livro de Enoque, os “vigilantes” humanos se vendem à glória vã; mas o Escolhido caminha entre rochedos de fogo com rosto sereno. A lição: quem carrega a luz não precisa arrastar holofotes.
Queremos magia de palco; Deus oferece milagre de mesa.
Chave: aceitar que o sagrado se disfarça de comum. Emmaus se repete: reconhece-se no partir do pão.
Atribuímos ao Mestre nossa forma de medir grandeza: riqueza, fama, beleza, sedução ou pavor.
Chave: suspender o julgamento e perguntar: “Que fruto nasce da presença?” — paz, clareza, justiça, compaixão? Então há Mestre.
O necessitado profundo busca salvadores instantâneos.
Chave: lembrar que o único domínio a ser procurado é sobre a própria personalidade. Mestre não substitui decisão; desperta.
Ficamos fascinados por “realizações” e “histórias” de poder.
Chave: silêncio de aprendizado (quarto secreto). O Mestre não exibe currículo; transmite presença.
Queremos o fruto sem a estação.
Chave: perseverança mansa. A potência real amadurece na paciência; o brilho falso vive de urgências.
Como discernir sem julgar? Pelos frutos. Onde o Mestre passa, o ambiente muda de gravidade: a palavra amarga perde acidez, a língua apressada diminui, os ofendidos escutam, os opressores sentem limite. Há compaixão sem conivência, verdade sem dureza, limite sem violência. O Mestre não disputa plateia; faz justiça. Seu conselho ergue sem humilhar; sua correção fere para curar. Ele não nos prende ao colo; ensina-nos a andar. Ele não nos dá “segredos” para dominar; entrega-nos tarefas para servir.
Sidharta Gautama diria: “Olha se, perto dele, tua mente se apazigua e se torna clara; se tua fala se simplifica; se teus impulsos se ordenam.”
Krishna te lembraria: “O sábio está *estabelecido em si e age; não coleciona devotos, liberta companheiros.”*
Zaratustra sussurraria: “Onde o mestre pisa, *Asha (verdade/ordem) prospera e a Druj (mentira) perde espaço.”*
Hermes confirmaria: “O mestre *mede tudo pelo Nous; por isso, não negocia com sombras, mas também não guerreia em vaidade.”*
Lao Tsé: “Ele é água: *abaixa-se e alimenta.”*
Sócrates: “Ele é parteira: *não dá a verdade, ajuda a nascer.”*
A alquimia chama de athanor o forno que sustenta calor constante. Sem ele, a matéria não transmuta. O discipulado verdadeiro faz do coração um athanor: fogo manso, temperatura de constância, ar de oração. Para reconhecer o Mestre, não basta olhos atentos; é preciso coração aquecido. Sem calor, tudo parece igual; com calor, o ouro reage.
Quatro operações te servem:
1. Calcinatio do Ego — queima do orgulho (rir de si, pedir perdão, recusar autoapresentações vaidosas).
2. Solutio dos Apegos — dissolução de fixações (detox de telas, jejum de comparação, desapego de aprovação).
3. Sublimatio da Intenção — elevar o porquê (serviço > aplauso; verdade > conveniência).
4. Fixatio da Virtude — estabilizar o ganho (rotina simples, métrica honesta, exame diário).
Assim, quando o Mestre se aproximar, não o projetarás; o reconhecerás — porque já reconheceste a verdade em ti.
A Kabbalah fala do Tzimtzum: a retração sagrada que abre espaço para o mundo. O Mestre imita o Altíssimo: retém-se para que tu sejas. Nada mais contrário ao Mestre do que a invasão. A Shechinah — presença que habita — oculta-se muitas vezes em Malchut (o Reino, o chão), exilada nos rostos dos humildes. Por isso, o Mestre pode ser o porteiro, a cozinheira, o anônimo: Malchu* carrega Keter como semente. Quem tem Tiferet (coração belo e verdadeiro) percebe. E quando Yesod (fundação, imagética) é curado, não confundimos carisma com glória, carão com caráter, ruído com voz. A Shechinah sussurra; os ídolos gritam.
No sufismo, três palavras nos iluminam: adab (etiqueta da alma), sohbat (companhia viva) e samt (silêncio). Adab te coloca na medida diante do Mestre: sem bajulação, sem familiaridade desrespeitosa, com reverência alegre. Sohbat é menos “aula” e mais contágio de presença; não são as “ideias” do Mestre que te transformam, mas o hálito de Deus que passa por ele. E samt é silêncio fértil: quem vive com o Mestre aprende que as maiores transferências não têm legenda. Por isso, o Mestre não fala de si: falar dispersa o óleo; calar o fixa. “Revela as obras? Dissipa forças.” Logo, não peças currículo; pede um passo.
A Bíblia inteira pode ser lida como artesanato de invisibilidades luminosas. Uma viúva de Sarepta sustenta um profeta com um punhado de farinha; um menino entrega cinco pães; um centurião crê sem ver; uma mulher toca a orla; um José silencia para proteger; uma Maria guarda no coração; um Simão de Cirene carrega por alguns passos; um anônimo dá um túmulo novo. Cada gesto é coroa sem trono. É assim que o Mestre caminha: multiplicando homens e mulheres que preferem fruto a rótulo.
Exibição constante: faz “lives” da própria santidade.
Antídoto: procura o quarto (Mt 6).
Dependência emocional: cria vassalos, não discípulos.
Antídoto: pergunta: “Estou mais livre para Deus e para o bem comum?”
Economia turva: vende “graça premium”.
Antídoto: balança fiel e transparência.
Doutrina de exceção: “para mim, vale outra regra”.
Antídoto: coerência e exame comunitário.
Divisão como método: precisa de inimigos para existir.
Antídoto: sinal do Reino é paz que custa e justiça que consola.
Crise não é desgraça; é desvelamento. Quando os ventos sobem, a casa sobre a rocha fica de pé. É na crise que os falsos mestres fogem ou precisam de claque; é na crise que o Mestre se torna mais simples: ora mais, fala menos, age com precisão. Ele não adiciona ruído ao rumor; desliga incêndios com água mansa. Ele não disputa narrativas; recolhe dor e restitui esperança concreta: pão, palavra limpa, justiça praticada. “No mundo tereis aflições; tende bom ânimo: Eu venci o mundo.” O Mestre não empresta vitória; introduz no ânimo bom.
Sócrates ensinou a maiêutica: “parir a verdade”. O discípulo não precisa de transplante de cérebro; precisa de parteira. A arte do Mestre é perguntar de modo que a luz nasça em ti.
Hermes lembrava: “O que está em cima é como o que está em baixo.” O mestre mostra correspondências, não cria dependências: ensinando-te a ler o alto no baixo (e vice-versa), devolve-te autonomia sagrada.
Lao Tsé: “O melhor governante é aquele de quem mal se sabe o nome.” O Mestre se apaga para que apareça o Bem. É água: toma a forma do vaso, desce ao ponto mais baixo e, por isso, sustenta todos.
Krishna: “Quando o dharma declina, Eu me manifesto.” Mas repara: manifesta-se também como amigo de pastoras, tocador de flauta, condutor de carro — humildades divinas.
Zaratustra: a verdade (Asha) é afirmação serena; a mentira (Druj) precisa de grito.
Gautama: o Caminho Óctuplo afina visão, intenção, fala, ação, modo de vida, esforço, atenção, concentração — oito cordas de um mesmo instrumento. O Mestre afina pela compaixão; tu tocas com disciplina.
Respiração do Nome (manhã): 7 ciclos lentos — EU… SOU… — até o pensamento baixar o volume.
Exame da Intenção (antes de falar): isto serve ou exibe?
Balança Fiel (economia): transparência radical no ganhar e gastar.
Jejum de Comparação (uma vez por semana): redes desligadas, visita ligada.
Gesto Oculto (diário): um bem que ninguém saberá.
Mesa Simples (família/trabalho): sem desperdício, com partilha.
Roteiro de Silêncio (noite): 5 minutos de nada, 1 versículo curto, 1 gratidão.
Estas práticas não “atraem” mestres: formam discípulos. E discípulos reconhecem mestres quando passam, ainda que disfarçados de vizinhos.
O ego é barulhento; o Mestre é eficiente. O ego quer controlar; o Mestre governa servindo. O ego constrói marcas; o Mestre funda obras. O ego coleciona seguidores; o Mestre planta artesãos da verdade. Essa economia de glória é insuportável para quem confunde poder com autorrepresentação. Por isso, o Mestre quase sempre é confundido com gente simples — e é aí que a glória se esconde: Malchut carregando Keter.
A tua parte? Deixar de procurar “quem” e começar a buscar “o quê”: onde está a Verdade operante, aí está a assinatura do Altíssimo; onde floresce justiça misericordiosa, aí há traço do Mestre; onde a paz firme se instala sem conivência, aí passou o seu passo.
E se tu já caminhas com um Mestre e não percebes? Três conselhos:
1. Desce o tom da curiosidade; sobe o da escuta.
2. Ajusta tua vida externa (horários, compromissos, balança) — o céu ama vasos alinhados.
3. Pede ao Altíssimo olhos simples: “Se és Tu, fala ao meu coração; se não és, que eu aprenda o bem mesmo assim.”
O discernimento cresce com disciplina. E lembra: a meta não é “ter um mestre”; é tornar-se discípulo fiel da Verdade — e então toda a criação te ensinará: a criança, a rua, a dor, o ofício, o salmo, o silêncio, o pobre, a alegria, a tempestade.
No fim, não se pede que saibas “nomear mestres”, mas que domines a tua personalidade (nome+forma). O mundo não precisa de devotos barulhentos; carece de homens e mulheres firmes, que não vendem a verdade, que não quebram a cana rachada, que não trocam o pão pelo aplauso. Gente que ora no esconderijo, age na clareza e devolve ao mundo mais do que tomou. Isso é maestria: governar-se para servir.
De pé, coluna ereta, olhos serenos, mão direita sobre o coração.
“EU SOU a Presença mansa e poderosa que governa minha mente, minhas emoções e minhas obras.
EU SOU olhos simples para reconhecer a Verdade na simplicidade e recusar o brilho do engano.
EU SOU o silêncio que guarda o óleo e a palavra que confirma a justiça.
No santuário do meu coração, EU SOU discípulo da Verdade que serve sem exigir, vê sem exibir, ama sem negociar.
Assim é, porque EU SOU.”
Diz uma vez, com plena atenção. Em seguida, cumpre uma micro-ação coerente hoje: pedir perdão; ajustar um dever; calar um comentário que feriria; partilhar um pão; organizar um pequeno caos.
Altíssimo Pai-Mãe,
no Santo Nome de Yeshua Ha’Mashiach, eu me prostro em espírito e verdade.
Ensina-me a reconhecer Teu Manto na simplicidade dos dias,
a ver teus mestres escondidos nos caminhos comuns,
e a não exigir sinais quando a paz mansa já me visita.
Livra-me do fascínio pelo brilho que passa;
dá-me amor pela chama que permanece.
Afasta de mim a curiosidade que dissipa forças;
entrega-me o silêncio fértil que fixa o óleo.
Se eu buscar vanglória, corrige-me;
se eu temer a Verdade, encoraja-me;
se eu supor-me guia, devolve-me ao banco do aprendiz.
Quero o único domínio que pedes:
governar a minha personalidade (nome+forma) na obediência alegre ao EU SOU.
Que minhas mãos confirmem no chão o que meu coração ouviu no alto;
que minha palavra seja poucas e necessárias;
que minha mesa seja suficiente e partilhada;
que minha vida seja ponte entre a Tua Vontade e o mundo.
Sobre minha casa, derrama paz sem vaidade;
sobre meu ofício, estabelece balanças fiéis;
sobre minha cidade, levanta artesãos de justiça e guardas da misericórdia.
Se, por tua bondade, eu caminhar lado a lado com um Mestre,
dá-me reverência, escuta e discrição;
se eu passar ao lado e não notar,
que a Tua Graça faça nascer em mim o mesmo perfume que eu não soube reconhecer.
Porque Tu és em mim, e eu sou em Ti,
hoje, agora e sempre.
Amén!
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